CULTO
uma reflexão sobre o culto
Estou em cada congregação local subsistindo entre a espontaneidade e monotonia, entre a voluntariedade e atos repetidos, entre o maravilhamento da sublimidade de Deus e a indiferença, entre o ímpeto da alma alegre e a imposição da tradição rotineira.
Abrigo hinos, músicas, orações, leituras bíblicas, pregações, testemunhos, ofertas, dízimos, confraternização, comunhão; mas, havendo isso, ainda não estou completo. Através disso, ofereço elementos ao ouvido, à visão, à voz, ao corpo, à percepção da mente e das emoções; no entanto, ainda não estou completo. As coisas externas precisam ser com ordem e decência e as coisas internas precisam ser em espírito e verdade. O que através de mim é oferecido a Deus precisa estar preenchido com motivações de um espírito voluntário, um espírito sedento de Deus, uma vida irrepreensível em santificação e consagração na verdade.
Assim, abrigo o encontro entre os cultuadores e o Cultuador. Às vezes um encontro inaudito; outras vezes, não.
Por um lado, infelizmente, já testemunhei cultuadores oferecendo alegres louvores que chegaram tristes diante do Cultuado. Isso ocorre quando existe inconsistência e contrariedade entre os aspectos visíveis e invisíveis, externos e internos. Presenciei músicas envolventes e vozes belas em entoação, mas onde estava o estado de “em espírito e em verdade”?! Observei oração feita com voz de fervor, mas onde estava a verdadeira fé acompanhando a oração fervorosa?! Ouvi pregação eloquentemente bela e comovente, mas onde estava a vida de obediência consagrada à verdade que qualifica o pregador como aprovado diante de Deus?! Vi grande ajuntamento, mas onde estava a congregação de verdadeiros adoradores?!
Por um lado, felizmente, já testemunhei verdadeira adoração quando o regozijo genuíno do cultuador encontra o agrado de Deus cultuado. Presenciei quando cultuadores fiéis honram e louvam o Cultuador, bem como Deus recebendo o culto como agradável e trabalhando na vida dos cultuadores.
Observei ações cultuais onde não existia nem ordem nem decência, e, movimentos de cultos sem aqueles estados de vida e da alma que Deus ensina na sua Palavra e aceita como agradável!
Contemplei cultuadores cujo estados de vida e da alma eram qualificados por verdadeira fé, obediência, santificação, contrição, alegria, gratidão, exultação o que chamo de “em espírito e em verdade”! Também, contemplei com inúmeras ações cultuais todas qualificadas com o que chamo de “decência e ordem”!
Sou lugar onde a vida do adorador é oferecida junto com a adoração a Deus. Em mim existem fortes reflexos da vida como é vivida.