Texto 01 das “Reflexões Bíblicas e Doutrinárias Para a Atualidade”

Vivemos na era da informação e do conhecimento, onde são valorizadas as pesquisas, a criatividade, as inovações e o avanço tecnológico e científico – que progridem velozmente. Entretanto, existe uma dimensão do conhecimento que é essencial e prioritária na vida humana: a compreensão e o viver à luz do conhecimento de Deus, conforme disponível nas Escrituras Sagradas.

As atividades de examinar, refletir, conhecer, aprender e praticar são inerentes à vida humana. Deus nos criou com capacidades para a aprendizagem e o conhecimento, de modo que os seres humanos foram criados para cultivar saberes em todas as áreas da vida na Terra – aliás, são conhecimentos que moldam o modo de viver. E, sobretudo, as Escrituras Sagradas mostram como Deus revelou a si mesmo e sua Palavra para que o homem o conhecesse, e este conhecimento fosse o mais essencial, determinante e completo na vida.

Em primeiro lugar, o conhecimento que se pode ter de Deus é o mais essencial para a vida humana. É o mais essencial porque nenhum tipo de conhecimento pode substituir o saber pessoal acerca de Deus. Cada tipo de conhecimento humano tem sua devida área, importância, seus propósitos e seus limites; e, por isso, o conhecimento de Deus deve ser considerado sui generis, e somente o conhecimento de Deus por meio das Escrituras Sagradas pode suprir as necessidades espirituais primárias: o desfruto da salvação e da comunhão íntima com Deus.

Em segundo lugar, o conhecimento que se pode ter de Deus é o mais determinante para a vida humana. É o mais determinante porque o conhecimento da vontade, do ser e das obras de Deus impacta todas as demais áreas da vida humana: a pessoalidade, o caráter moral, os relacionamentos interpessoais e a espiritualidade. Esse conhecimento é inerentemente transformador; onde ele chega, opera mudanças e revitaliza a vida humana para que a vontade de Deus seja experimentada em todas as áreas: pessoal, familiar, social, congregacional, educacional, profissional, econômica etc.

Em terceiro lugar, o conhecimento que se pode ter de Deus é o mais completo para a vida humana. O sentido bíblico de “conhecer e saber” difere muito da concepção que temos sobre conhecimento. Na perspectiva bíblica, o ato de conhecer envolvia proximidade, familiaridade e intimidade entre o conhecedor e o conhecido. No Antigo Testamento, os termos hebraicos para o conhecimento de Deus e Sua vontade apresentam quatro conotações básicas: sentido intelectual, sentido emocional, sentido volitivo e sentido relacional. Desta forma, o teólogo Ralph Smith conclui que “conhecer a Deus significava ter um entendimento intelectual de quem Ele era, ter um relacionamento pessoal e emocional com Ele e ser obediente à sua aliança e mandamentos”.

Isso posto, conhecer a Deus não envolve somente o intelecto, mas também a dimensão afetiva, volitiva, motivacional e relacional, o caráter moral, as palavras, as atitudes e os hábitos. Conhecemos a Deus com toda a nossa vida porque seu conhecimento abrange a totalidade da vida, exigindo obediência em cada área.

O acúmulo de conhecimentos úteis nas diversas áreas da vida humana é necessário; mas, o essencial é o conhecimento pessoal de Deus. Adquirir saberes nas várias áreas resulta no desenvolvimento de habilidades e competências; mas, o conhecimento bíblico de Deus opera a mais profunda e extensiva transformação moral e espiritual. Os conhecimentos humanos estão cada vez mais divididos em subáreas e especializações; mas, o conhecimento que devemos ter de Deus envolve todas as áreas da nossa vida: intelectual, afetiva, volitiva, moral, espiritual, relacional etc.

No texto de Jeremias 9.23-24, o Senhor Deus exorta a humanidade a considerar como superior e mais valioso o conhecimento pessoal disponível nas Escrituras, que resulta na prática de uma vida reta, justa e santa.

“Assim diz o Senhor: ‘Que o sábio não se orgulhe de sua sabedoria, nem o poderoso de seu poder, nem o rico de suas riquezas. Aquele que deseja se orgulhar, que se orgulhe somente disto: de me conhecer e entender que eu sou o Senhor, que demonstra amor leal e traz justiça e retidão à terra; isso é o que me agrada. Eu, o Senhor, falei’!” (NVT)

Necessitamos valorizar o conhecimento de Deus acima de tudo! Logo, cada vez mais, devemos conhecer a Deus.

SAIBA MAIS

O conhecimento pessoal de Deus e Sua vontade deve ser cultivado conforme instrui as Escrituras. O que a Bíblia diz sobre a forma de conhecer a Deus?

Sugerimos que você aprofunde a pesquisa acerca do significado de “conhecer e aprender” conforme escrito no Antigo e Novo Testamento. Para tanto, pesquise em Dicionários Bíblicos de Hebraico e Grego e no livro "Teologia do Antigo Testamento", de Ralph Smith, publicado pela Editora Vida Nova.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) SMITH, Ralph. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, SP: Vida Nova, 2001, p.97.

(2) NOVA VERSÃO TRANSFORMAÇÃO. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2016.

AUTORIA

AUTOR: PR. ISAQUE C. SOEIRO, pastor auxiliar na Igreja Evangélica Assembleia de Deus na cidade de Satubinha (MA), filiado na CEADEMA – Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão.

Graduações em: Bacharel em Administração (UNITINS-TO), Bacharel em Teologia (FATEH-MA).

Pós-graduações em: Especialização em Gestão Educacional (UNISEB-COC), Especialização em Ciência das Religiões (ILUSES/FATEH-MA), Mestrado em Teologia (FAETAD) e Mestrando em Ciência das Religiões (ILUSES/LUSÓFONA).

Diretor do Instituto Pentecostal de Educação Cristã – IPEC.

E-mail: ic.soeiro.ic@gmail.com.